“Surdos, ouvi, e vós, cegos, olhai, para que possais ver. Quem é cego,
senão o meu servo ou surdo como o meu mensageiro, a quem envio? E quem é cego como
o galardoado e cego, como o servo do SENHOR? Tu vês muitas coisas, mas não
as guardas; ainda que tenha ouvidos abertos, nada ouve. O SENHOR se
agradava dele por amor da sua justiça; engrandeceu-o pela sua justiça;
engrandeceu-o pela lei e o fez glorioso. Mas este é um povo roubado e
saqueado; todos estão enlaçados em cavernas e escondidos nas casas dos
cárceres; são postos por presa, e ninguém há que os livre; por despojo, e
ninguém diz: Restitui. Quem há entre vós que ouça isso? Que atenda e ouça o que
há de ser depois? Quem entregou Jacó por despojo e Israel, aos roubadores?
Porventura, não foi o SENHOR, aquele contra quem pecaram e nos caminhos do qual
não queriam andar, não dando ouvidos à sua lei?” (Isaías 42:18-22).
Ao lermos esses versículos no livro
do profeta Isaías, podemos perceber que o profeta não está se referindo a um
povo estranho, que não servia ao Senhor. Podemos ver que ele se refere ao povo
de Israel, povo de Deus, povo eleito pelo próprio Senhor de toda a Terra. Um
povo que contemplava dia após dia a fidelidade do Senhor sobre suas vidas. Um
povo a quem o Senhor tinha profundo amor e zelo, mas que encontrava-se na
situação acima, descrita pelo profeta no capítulo 42.
Um povo que tinha olhos para
contemplar os feitos do Senhor, mas nada “viam”. Ouvidos abertos que nada
ouviam, não atentando assim para que a vontade soberana do Senhor se cumprisse
sobre suas vidas. E por assim ser, fizeram escolhas erradas e optaram por viver
de uma forma distante do projeto do Pai de amor e, como consequência, tornou-se
um povo roubado e saqueado, enlaçado, aprisionado em cavernas e que não
consegue enxergar um feixezinho de luz no fim do túnel.
Ao longo dos capítulos 42 e 43 do
livro de Isaías, podemos observar os propósitos de Deus ao nos criar. O SENHOR
nos criou para:
- Sua glória: a todos os que são chamados pelo meu nome, e os criei para a minha glória; eu os formei, sim, eu os fiz. (Is 43:7);
- Para produzirmos juízo entre os gentios: Eis aqui o meu Servo, a quem sustenho, o meu Eleito, em quem se compraz a minha alma; pus o meu Espírito sobre ele; juízo produzirá entre os gentios. (Is 42:1);
- Sermos suas testemunhas: Vós sois minhas testemunhas, diz o SENHOR, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. (Is 43:10);
- Para libertar os que estão presos e abrir olhos dos cegos: Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por concerto do povo e para luz dos gentios; para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos e do cárcere, os que jazem em trevas (Is 42:6-7.)
De fato há um caminho a ser
trilhado para o cumprimento desse nobre projeto do céu para cada um de nós. Um
caminho estreito e difícil de ser trilhado. Difícil porque envolve renúncias,
mas lindo quando entendemos o porque de estarmos aqui e para quem de fato
vivemos. O Senhor estabeleceu leis para que o seu povo, no cumprimento de cada
uma delas, pudesse viver de forma plena e abundante, apesar das dificuldades e
obstáculos do dia-a-dia.
Um exemplo de como o cumprimento
dessa lei é o que faria o povo ter êxito em tudo, é, quando lemos, no capítulo
1 do livro de Josué, o que o Senhor diz a importância de se cumprir a lei para
que ele tivesse vitória e contemplasse o cumprimento das promessas de Deus para
a sua vida. No capítulo 1, vs 8, o Senhor diz a Josué: Não se aparte da tua boca o livro desta Lei; antes medita nele dia e
noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito;
porque, então farás prosperar o teu caminho e, então, prudentemente te
conduzirás.
O fato de vivermos um tempo em que
a graça reina, não anula a importância do cumprimento dos princípios ensinados
por Deus ao homem através da sua Palavra. A palavra não muda, ela é perfeita em
seus ensinamentos e como o salmista diz: “Lâmpada
para os meus pés é a Tua palavra e luz, para o meu caminho”(Sl 119:105).
Mas falando assim, nós pensamos logo no que diz a religião, e no tanto de “pode
ou não pode” que sempre nos perseguem e nos acusam. Pensamos no peso que é ser
chamado “crente”, de escolher “viver como crente”, afinal, as coisas “fora da
igreja”, são mais fáceis, sem tanta cobrança, sem dor na consciência. Essas
palavras são bastante usadas por satanás para nos desviar do propósito do Pai.
E quando damos ouvidos a ele, nos embaraçamos e somos, pouco a pouco, roubados
e saqueados do propósito, do caminho, da vontade do Pai, que é boa, perfeita e
agradável. Ficamos cegos e surdos para a verdade que liberta (João 8:32), e
voltamos a ser prisioneiros.
Os dias estão se passando e cada
vez mais podemos ver pessoas desistindo de sua caminhada com Cristo, desistindo
do propósito, do chamado. O mundo oferece coisas sedutoras e atraentes, coisas
fáceis e que nos dão uma pseudoalegria e que, pouco a pouco nos roubam e nos
afastam completamente de Deus, se não abrirmos os olhos e os nossos ouvidos
para ouvir aos alertas que o Espírito Santo nos dá. Ou talvez, o diabo utiliza
outras estratégias para nos roubar. Talvez o mundo não me atraia tanto, mas eu
ainda sou refém dos meus sentimentos, de relacionamentos passados, do meu
passado, das mágoas, das dores, do orgulho, do medo de romper, da frustrações,
da falta de esperança. Não consigo me perdoar, perdoar o próximo, e ao invés de
buscar a cura em Deus, me refugio no mundo como tentativa de amenizar a dor e o
sofrimento que existem dentro de mim.
Diante de tudo isso, o Senhor nos
pergunta: onde foi, Filho meu, que você deixou de dar ouvidos à minha lei,
tornando-se prisioneiro de suas escolhas erradas, refém do pecado, enlaçado em
cavernas? Jesus está disposto a nos resgatar, a nos reerguer e verdadeiramente
nos libertar (João 8:36). Ele nos convoca para um NOVO TEMPO, pois é necessário
que o propósito seja cumprido. Ele conta conosco. Jesus irá voltar, e já é
tempo do seu povo se levantar por amor ao propósito. Mas o diabo sempre tentará
nos roubar por meio de circunstâncias para que a gente desista do propósito.
Mas servimos a um Deus que é maior do que tudo e que nos ergue com mão forte,
independente de onde ou como estamos.
O mesmo Senhor que permitiu que
estivéssemos aprisionados por causa das escolhas erradas que fizemos no
decorrer de nossas vidas, é o Deus que se levanta para nos resgatar com mão
forte da prisões que o diabo colocou em nós. Ele nos faz triunfar e vencer cada
um dos nossos gigantes, porque somos o povo que se chama pelo Seu Nome (2Cr
7:14).
Chegou a sua vez de VENCER:
·
“Mas, agora,
assim diz o SENHOR que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas,
porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome; tu és meu. Quando passares
pelas águas, estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não te submergirão;
quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” (Is 43:1-2)
·
“Direi ao Norte: Dá; e ao Sul: Não retenhas; trazei
meus filhos de longe e minhas filhas das extremidades da terra, a todos os que
são chamados pelo meu nome, eu os criei para a minha glória; eu os formei,
sim, eu os fiz. Trazei o povo cego, que tem olhos; e os surdos, que têm
ouvidos.” (Is 43:7-8)
·
“Eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador. Eu
anunciei, e eu salvei, e eu o fiz ouvir, e deus estranho não houve entre vós,
pois vós sois minhas testemunhas, diz o SENHOR; eu sou Deus. Ainda antes que
houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando
eu, quem impedirá?” (Is 43:11-13)
·
“Eu sou o SENHOR, vosso Santo, o Criador de Israel,
vosso Rei. Assim diz o SENHOR, o que preparou no mar um caminho e nas águas
impetuosas uma vereda; o que trouxe o carro e o cavalo, o exército e a força;
eles juntamente se deitaram e nunca se levantarão; estão extintos e como um
pavio, se apagaram. Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as
antigas. Eis que farei uma coisa nova, e, agora, sairá à luz; porventura, não a
sabereis? Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo. Os animais
do campo me servirão, os dragões e os filhos do avestruz; porque porei águas no
deserto e rios, no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu eleito. Esse
povo que formei para mim, para que me desse louvor.” (Is 43:15-21)
“Eu, eu mesmo, sou o que apaga as tuas transgressões por amor de mim e
dos teus pecados não me lembro”. (Is 43:25).
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